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[TURMA DO COF - Semana 2] Pré-COF 3 e Pré-COF 4 Empty [TURMA DO COF - Semana 2] Pré-COF 3 e Pré-COF 4

Dom Jul 02, 2023 2:16 am
Pré-COF 3:


I)
As ideias não são propriamente refutadas. Não dá para falar de um progresso, mas de uma substituição de ideias e esquecimento das antigas. Pense-se, por exemplo, na cosmovisão do passado em relação ao moderno: se há grupos, como o ICLS ou a roda de estudantes em torno do Wolfgang Smith, tentam decodificar a cosmovisão antiga é porque havia algo ali de valor que, no esquecimento das ideias antigas, acabou sendo jogado fora também. Para efeitos de ilustração, essas ideias, que estão simbolizadas na Divina Comédia de Dante, na forma da composição das Sumas, implica a capacidade, como havia em Sócrates, Platão, Aristóteles, Leibniz, havia menos em Newton, de conceber o conhecimento como uma Unidade a partir do qual é possível encaixar as várias ideias como num quebra-cabeças. Essa capacidade, na perda desses modelos simbólicos, ficou incompreensível para a nossa época, e é um dos grandes pilares da inteligência.

II)
A proposta do COF:
----- 1º o mundo do imaginário
----- 2º o mundo das decisões, da ação humana
----- 3º o mundo da própria investigação filosófica [teoria do conhecimento, lógica etc]

É preciso lembrar sempre que o COF segue a ordem dos 4 discursos. Olavo não só propôs essa teoria no livro, ele tenta aplicar isso o tempo todo na sua prática pedagógica. Isso significa uma ordem entre tomar consciência dos elementos que formam a sua imaginação e a dos outros, perceber, então, a relação entre essa imaginação e o mundo dos discursos públicos e decisões, em seguida, uma vez percebidos ambos, é possível colocá-los em confronto a sério com a intenção de procurar um conhecimento cada vez mais verdadeiro. Um religioso e um ateu no mais das vezes não fazem um debate: imagine, por exemplo, um terceiro personagem, que ao invés de debater, vasculhasse a Bíblia, a mística, a escolástica, a apologética, de um lado, e, de outro, talvez até em simultâneo, o desenvolvimento da história da ciência, um Bertrand Russel, Carl Sagan, Richard Dawkins e afins, e então tentasse ao invés de opor ambos, fazer como Aristóteles faz nas suas investigações, como no começo da Metafísica: encaixar as explicações num conjunto harmônico através da formulação de conceitos que os abranjam; no caso citado, ele teve que desvendar a ideia de 4 causas para poder encaixar as várias ideias de como surgiu a matéria. Esse terceiro personagem não faz o mesmo tipo de trabalho dos outros dois, que se especializam num discurso dentro de um mundo imaginativo: ele tem o mesmo tempo de ambos, então não lerá tanto quanto nenhum deles, mas seu trabalho é o de recolher essa documentação e organizá-la. Essa é a diferença de retórica pra dialética, e é isso o que Olavo quer de nós.

III) A responsabilidade pessoal pelo que você fala. O estudo por área implica estar num quadro social bem estabelecido, e, nele, não é preciso se responsabilizar pelos efeitos não só do que se fala, como do que não se sabe. O estudo por tema só funciona, só rende frutos, se é feito por um interesse genuíno, que move o sujeito a coletar da vida o conteúdo que comporá sua investigação. E, nesse ato de coleta, toma-se responsabilidade pessoal. Olavo, por exemplo, não falava do Foro de São Paulo como uma questão acadêmica, mas como alguém que tinha relações com rodas de estudo, coleta de nomes e investigação dessa rede de relações na América Latina (Interamerican Institute).


Pré-COF 4 (Final):


-> Nós não temos, na prática, uma visão histórica bem definida. Como mapear o passado sem usar os recursos que estão mais próximos, como ter uma imagem suficiente da história dos seus pais, avós, bisavós, trisavós, da história da cidade etc.? Sem isso, não há como ter uma base concreta para um mapa histórico.

-> Do mesmo modo, é preciso ter uma visão suficiente da ordem da sociedade, algo que para os filósofos clássicos era mais simples, para poder pensar em questões mais complexas. [Qual é a relação, por exemplo, entre a pesquisa científica e os efeitos sociais? Imagine, por exemplo, que muitos jovens, pelas aulas de Química e Biologia, passam a crer que Amor não existe, pois não passa de reações fisiológicas. Essa é a imaginação comum, e que precisa ser conhecida, e, ao mesmo tempo, respondida, para poder reatar a noção de Amor que existia no passado.]

-> O mundo de hoje está confuso, então é preciso tomar posse dessa confusão e/ou estudar uma cosmovisão em que as coisas fossem ordenadas para poder ter uma ideia de como lidar com a confusão de hoje.
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